quarta-feira, agosto 12, 2009

PUBLICO FAZ MAU JORNALISMO



Caro Carlos Dias, estive a ler o “brilhante” artigo que o Sr. escreveu sobre o que se passa, ou se passou, com os imigrantes romenos em Selmes. Depois de ler, ler e reler cheguei à triste conclusão que o jornalismo que se faz hoje em dia em Portugal é de uma qualidade muito baixa e muito duvidosa.


Deixo aqui algumas considerações sobre o artigo que me deixaram deveras irritado. Do pouco que sei sobre a história, sei que não foi como aparece descrita no artigo.


1º- Começo por lhe dizer que Selmes, ao contrário do que o Sr. diz, Selmes não é uma pequena Freguesia, é uma grande Freguesia, a maior do concelho de Vidigueira, e uma das maiores do Alentejo.


2º- O que conhece o Senhor da história de Selmes, ou melhor, o que conhece o Senhor da história do Morgado da Rabadoa. Por acaso o senhor fez alguma pesquisa para saber quem era, o que fez, e como era visto o senhor Morgado da Rabadoa? Não. Limitou-se a ouvir uns zunidos de algumas mentes brilhantes que mandam cá para fora um rol de baboseiras populares sem qualquer fundamento histórico.


3º- Quando se deslocou a Selmes, porque não ouviu todas a partes intervenientes neste caso. Até Eu, que não sou jornalista, sei que nunca se deve ouvir só uma parte da história, por acaso o Senhor falou com o Presidente da Junta Local. É que se tivesse falado poderia ter construído a notícia de uma maneira diferente, com fundamento e com a realidade do que se passou. Não enxovalhava um povo à custa de um ou dois testemunhos de ouvido.


Sim, porque no artigo que Senhor fez sobre estes infelizes imigrantes, Selmes e toda a sua população estão completamente enxovalhados, onde não tem nada a ver com a história. Já para não falar na estúpida introdução que faz sobre um povo que é pacato, humilde e trabalhador.


Com este artigo brilhante Senhor conseguiu que Selmes ficasse ligada a nomes como, escravatura, racismo, xenofobia e outros mais.


Selmes nesta história não é mais do que uma localidade, que por mero acaso, acolheu um grupo de pessoas, que caíram lá de um dia para o outro, sem qualquer explicação, sem ninguém saber quem eram, de onde vinham, e ao que vinham. Tudo porque um qualquer indivíduo sem escrúpulos alugou lá uma casa e lá os despejou aos Deus dará.


Não acha natural que uma população do interior do Alentejo, onde todos se conhecem, estranhe a chegada de tão grande comunidade? Não acha que todos os acontecimentos que ultimamente tem ocorrido no interior do país, cause nestas populações a curiosidade de saber quem são. É natural que os pais queiram saber se os seus filhos estão seguros. É natural que uma população envelhecida queria saber se os seus bens estão seguros.


Tudo isto é natural, o que não é natural é que através de um artigo estúpido, tendencioso e sensacionalista se manche o nome de uma povoação.


quinta-feira, agosto 06, 2009

SELMES | FESTAS EM HONRA DE SANTA CATARINA


Não há lugar habitado no Alentejo que não tenha a sua Festa anual, com Santos na rua e foguetes a estoirar. A festa nunca é apenas litúrgica. Festa autêntica é a que apresenta um programa profano, pelo menos dois bailes e uma tourada, à alentejana claro…

…A Festa é um momento de paragem no tempo. Um encontro de gerações. Um abraço entre os que estão e os que vêm. Pretexto para o regresso temporário ao chão natal, por parte dos que a vida levou pelos caminhos de outra vida, encontrada noutras paragens…

É assim que vai ser em Selmes, no próximo fim de semana (de 6 a 10 de Agosto)…toca a divertir, a rever os amigos e familiares, e se possível, dançar, dançar muito e beber umas “mines”...

Hoje em dia o ritual é bem diferente, mas ainda não há muitos anos a trás o ritual era quase sempre o mesmo:
O conjunto tocava. O vocalista separava cada canção com umas goladas numa “mine”. O baterista transpirava. O viola quase que adormecia.
Pela noite fora iam tocando.
Os pares rodopiavam.
Os Corpos suavam.
Os rostos afogueados, colavam-se de suor e poeira, levantada por dezenas de pés dançantes.
Elas levavam vestido novo e penteados a condizer. Eles iam como iam, em pose de conquista. Elas ficavam sentadas ao pé das mães. Eles com os olhos a brilhar como estrelas iam buscá-las para dançar…/…e neste ritual rompia a madrugada, até o vocalista anunciar a última série.
No outro dia a Aldeia acordava e levantava-se tarde…

Veja aqui o programa das festas para este ano.